corticóide

Eu e o Corticóide

12:00



Quem me conhece sabe, sempre procurei cuidar do meu corpo fazendo exercícios e mantendo uma alimentação saudável. Eu recusava pizza, recusava fatia de bolo, há anos não tomo refrigerante, evito chocolate/frituras, tomo muuuita água e quando fiquei doente, não quis acreditar. Logo eu, que sempre me cuidei?
E no hospital, quando falaram que eu ia tomar corticóide veio o segundo choque: "Eu tomando corticóide?" Sempre me falaram que corticóide engorda! Mas, já que não havia outra opção, acabei aceitando.
Saí do hospital e precisaria tomar somente mais duas semanas de corticóide e reduzindo a dose. Mas, com os rolos de diagnóstico errado, veio o terceiro choque: provavelmente teria que tomar durante um ano.
Quando soube disso, a dose do corticóide já estava baixa, e eu tive que voltar a tomar 40mg, por pelo menos, duas semanas. 

Meu rosto virou um balão, e falei para a minha amiga que eu só não voava pois estava cheia de espinhas (também devido ao remédio). Pensa no tanto de espinhas que deu no meu rosto!?! Mas acabei não me importando muito com as espinhas. Eu raramente usava base para esconde-las e evitava (pelo menos tentava) não espremer. O que me incomodava mesmo, era o tamanho das minhas bochechas, que depois de um tempo e depois do meu amigo falar várias vezes, aceitei como "charme". 
Toda vez que tomava o remédio, pensava que estava engolindo uma bomba. Meu psicológico ficou completamente alterado. Eu não dormia bem, estava sempre cansada e triste. Até o dia em que voltei no hospital onde fui internada, e a médica falou que eu deveria tomar por mais 18 dias. Só faltou eu gritar de alegria, até o dia que meu médico me ligou e falou que novamente eles cometeram um erro e que eu não deveria parar de tomar até me consultar com a pneumonologista. 

As doses foram reduzindo e junto com a doença, meu psicológico foi melhorando. 
Tive consulta com a pneumonologista e fiz exames no pulmão. A tomografia que fiz, tive resultados positivos e com isso, fui ganhei "carta de alforria" do corticóide, GRAÇAS A DEUS!

Hoje, faz um mês que parei de tomar aquela droga - realmente é uma droga. Me sinto completamente outra pessoa por não estar mais tomando. Não me vejo como coitada por ter ficado doente aqui na Alemanha, longe de todos. Deus sempre tem bons planos pra gente, mesmo nas dificuldades e hoje me sinto vitoriosa e orgulhosa por ter passado por tudo o que passei e por ter encerrado esse ciclo. Foi mais uma experiência pra conta!
E agora, sem corticóide, continuo com minhas bochechas, não tão grandes como antes, mas continuam sendo um "charme".

"Não é sobre chegar no topo do mundo e saber que venceu, é sobre escalar e sentir que o caminho te fortaleceu."

europa

Eu e minhas viagens!

13:48




A primeira vez que vim para a Europa foi em 2009. Eu era AuPair e fiquei até Julho de 2010. Durante minhas férias, eu sempre viajava. Pegava o avião e viajava com minhas amigas. Chegava na cidade, já comprava o ticket de metrô e pronto, era só aproveitar.

Dessa vez, comprei uma mochila e resolvi fazer diferente. Resolvi fazer tudo de ônibus (obrigada FlixBus!) e na cidade, tentar fazer o máximo a pé.

Minhas viagens de agora incluiram dormir em ônibus, dormir em rodoviária, dormir em albergue, ficar até três dias sem tomar banho, andar pelas ruas até doer as pernas, pegar o mapa e me virar a pé nas cidades. 





Muitos pontos negativos até então né? Pra você pode ser, mas pra mim não. Foi viajando dessa forma que descobri o meu jeito aventureira de ser e foi assim que me senti feliz, livre e dona de mim mesma.
Muitas vezes me sinto como um menino por não me preocupar com maquiagem, cabelo, unhas, se minha roupa está combinando ou não, se estou repetindo roupa ou não, sem me preocupar se dormirei em um quarto somente de meninas ou junto com meninos...mas descobri que esse é o meu jeito de ser: tênis no pé, mapa na mão, mochila nas costas, sendo simples e natural. Só Deus sabe o quanto eu me sinto realizada quando coloco minha mochila nas costas e saio por aí. Colocar a mochila nas costas, pra mim, significa liberdade. 

Significa que estou indo buscar algo novo e que irei descobrir coisas novas, e o melhor de tudo, com as minhas próprias pernas.

Todas as outras vezes que saí do Brasil eu me modifiquei, mas dessa vez, sinto que a mudança foi maior ainda. Fico feliz com isso e tenho certeza que foram as minhas experiências que me modificaram.
Respeito quem viaja de avião pra lá e pra cá, mas no momento, sou muito mais "busão" e aconselho: quem nunca fez uma viagem assim, faça. É só quando fazemos que sabemos como realmente são as coisas. 

E se quiserem uma companhia pra fazer isso, me chamem! 

alta

Ganhei alta

14:12


Depois de 10 dias internada, ganhei alta. Dia 31.12 fui para casa e comemorei a virada do ano com meus amigos. Dia 02.01 eu precisava ir ao médico para pegar receita do corticóide e verificar se eu poderia voltar ao trabalho ou não. Entretanto, meu médico estava de férias a semana inteira, então, fui em uma médica que me prescreveu uma semana e meia de atestado. Nessa mesma semana, na sexta-feira fui para o hospital novamente, pois não aguentava a dor que eu sentia para andar. Eles falaram para eu aumentar a dose do corticóide durante dois dias. Eu fiz, e melhorei.

Na terça-feira, novamente sem conseguir andar direito, levei para o meu médico os papéis do meu internamento, juntamente com os exames. Na hora ele duvidou do meu diagnóstico e disse que para eu ser diagnosticada com "Síndrome de Sweet" (como fui diagnosticada), eu teria que ter feito muito mais exames. Ele estranhou a dor que eu estava sentindo na perna, e ligou para o hospital onde eu fiquei internada. Eles solicitaram para eu retornar lá.
No dia seguinte, quarta-feira, retornei para a Hautklinik. Como eu não tinha horário marcado, aguardei 3 horas até ser atendida. Eles olharam as manchas da minha perna e falaram que, com relação a dor que eu sentia, eles não poderiam fazer nada. Então, me encaminharam para a Neurologia. 

No dia seguinte, já estressada de andar de um lado pro outro, pegando trem, ônibus, e morrendo de dor na perna, voltei para o hospital, na área de neurologia. Eu não tinha consulta marcada e a médica falou pra mim que não sabia se poderia me atender, pois tinha muitos pacientes. Eu falei que iria aguardar, pois estava cansada de sentir dor. Enquanto aguardava, escrevi para a minha mãe que se, naquele dia não arranjassem uma solução para a minha dor, eu voltaria para o Brasil. Eu realmente estava cansada de me mandarem de um lado pro outro, e não resolverem nada. Aguardei, aguardei e depois de 4h aguardando, minha chefe me mandou um whatsapp falando que meu médico havia me procurado no trabalho para dizer que ele estudou o meu caso, que sabia como proceder dali em diante e que era para eu ir imediatamente no consultório dele. Ela fez eu prometer que iria. Mas pensei: "estou aqui há 4 horas esperando. Vou sair daqui sem consulta para ir até no consultório dele?". Conversei com a minha mãe e ela me aconselhou a ir no meu médico. Peguei o ônibus e fui. No meio do caminho ele me ligou, dizendo para eu ir imediatamente no consultório dele. Pensei: a coisa deve ser grave! 

E fui, eu e uma amiga minha. Cheguei no consultório e estava lotado, mas tudo bem, eu tinha tempo e poderia aguardar. Mas, fui chamada antes de todo mundo. Entramos no consultório e ele explicou que pegou o meu caso para estudar e disse que eu recebi o diagnóstico errado. Disse que ligou para a pneumonologista que me atendeu no hospital e também para o diretor do hospital que fiquei internada. Eu não tive/tenho Síndrome de Sweet, eu tive/tenho Sarcoidose. O erro eles cometeram no primeiro hospital que eu fui. Lá eu fiz Raio X do meu pulmão e no exame apareceram nódulos, que é um dos "itens" da doença. Eles desconsideraram isso, e consideraram somente as manchas que eu tinha na perna, me diagnosticaram com doença de pele e me encaminharam para o hospital dermatológico. Enquanto que eu deveria ter ficado naquele hospital mesmo, pois a doença é pulmonar. E quando fiz tomografia no pulmão, quando os médicos suspeitaram que eu tinha Sarcoidose,  não apareceu nada pois ja estava há uma semana tomando corticóide. 

O tratamento de ambas as doenças é com corticóide, mas o tempo de tratamento delas é outro. Sindrome de Sweet o tratamento é mais curto, no caso, eu deveria ter tomado o remédio por mais duas semanas. Mas, por eu ter Sarcoidose, é mais tempo, para a minha tristeza. De início o médico falou que seria durante um ano, e a cada 15 dias eu teria que fazer exame de sangue.

Enfim, graças a Deus o meu médico daqui é muito bom e se empenhou no meu caso. Ele falou que foi até no meu prédio atrás de mim. Disse que sentia muito por eu estar passando por tudo isso longe da minha família, mas que ele estava ali para me ajudar. Aí eu desandei a chorar. Chorei tudo o que estava dentro de mim. E pra mim, foi Deus. Isso tudo aconteceu no dia em que eu havia decidido que se nao encontrassem uma solução para mim naquele mesmo dia, eu voltaria para o Brasil. 

Ele me explicou todo o tratamento que faríamos: corticóide + remédio para o estômago (por causa do corticóide) + vitamina D com cálcio (por causa do corticóide). Disse alguns dos efeitos colaterais, inclusive o de engordar (fiquei bem feliz ouvindo isso, sqn!), mas, salientou de que isso seria para o meu bem.
Fiquei 5 semanas de atestado médico a maior parte do tempo fiquei na casa do Guilherme e do tio dele, para não ficar sozinha em casa o tempo inteiro. Pude descansar um pouco, mas confesso que não via a hora de voltar a trabalhar e ter uma vida normal!

Alemanha

E então fui internada.

02:02


Já no primeiro dia recebi duas visitas: o Phillip (alemão que mora comigo) foi levar as minhas coisas, e o Guilherme (meu amigo). Eu estava sozinha no quarto, então, o esfomeado do Phillip - ele é mesmo - encomendou uma pizza GG para nós. Comemoramos o internamento!
Logo que falaram que eu seria internada, pensei na comida. Geralmente comida de hospital é ruim né? Gente, o que era aquela comida!?! Eu recebi um cardápio, e eu tinha que assinalar o que eu queria para café da manhã, almoço e jantar. Obvio que somente um prato pra cada refeição, mas nossa, eu aproveitei. Ah se toda comida de hospital fosse assim!
 
 
Meu dias no hospital eram praticamente os mesmos: acordava com os enfermeiros batendo na porta para eu tomar medicação na veia, tomava café da manhã, aguardava a visita dos médicos, passava a manhã fazendo qualquer coisa, almoçava, dormia, acordava com os enfermeiros batendo na porta para eu tomar medicação na veia, depois ia para uma salinha para eles passarem creme nas minhas manchas, tomava banho, jantava, esperava os enfermeiros para tomar medicação e dormia! 
Por sorte, foi na época que a minha família estava de férias. Então conversávamos várias vezes por dia e por câmera, assim eu ocupava meu tempo. Meus dias foram assim até chegar o natal. Passei o natal no hospital, mas em nenhum momento fiquei triste por isso. Procurei pensar pelo lado da experiência; eu, passando o natal em um hospital na Alemanha. Obvio que não queria ter essa experiência, mas já que eu estava ali, o que eu poderia fazer?
 
 
Durante o dia, os enfermeiros perguntaram se eu não queria ir para casa e voltar até as 22h. Pq foram me perguntar isso? Óbvio que sim! 
Recebi visita de duas amigas minhas daqui, depois de uma amiga minha que mora em Stuttgart e da mãe dela. Mais tarde fui para a minha segunda casa aqui...na casa do Gui! Passei a ceia de Natal com ele, tio, o primo dele e depois voltei para o hospital. 
No Brasil, culto de Natal pra mim é sagrado. E como eu ia fazer aqui? Dia 25 tinha culto no hospital de psiquiatria, que era do lado onde eu estava internada. Me arrumei e fui lá. Haviam 5 pessoas, além do pastor e de mim, e um era mais louco que o outro hahaha.

Como eu sabia que poderia sair do hospital, pedi pra sair no dia 26 também. Eu, Gui e o tio dele fomos passear um pouco e eu me sentia renovada quando saia, quando sentia o vento na cara.


Depois desses dias de Natal, todos os dias eu pedia para dar uma volta. Colocava a minha jaqueta e passeava pelas clínicas e ruas do bairro. 
E na tarde do dia 28.12, recebi uma visita inesperada: meu médico. Com calma, mas sendo direto, ele falou que eu precisava fazer uma tomografia no pulmão, pois, eu poderia ter Sarcoidose e não Síndrome de Sweet como haviam me diagnosticado. Na hora ele já falou para eu não pesquisar no google o que era. Logo que ele saiu, ja entrou outro médico para tirar sangue. Nisso, a enfermeira veio me avisar que eu iria de taxi até o outro hospital para fazer o exame. O médico saiu do quarto e o taxista já estava me aguardando. Cheguei no outro hospital e a pneumonologista me aguardava para conversar comigo. Em seguida, fui encaminhada para a tomografia. Sentei e aguardei. Ali eu chorei! Chorei por estar passando por tudo isso sozinha e por estar fazendo um exame que pra mim, se relaciona a câncer. Passaram mil e uma coisas na minha cabeça e eu preferi não contar para a minha família, para não preocupar ninguém. Aguardei em torno de 5min e fiz o exame. Sai do exame, o taxista ja me aguardava para me levar de volta para a Hautklinik. 
No dia seguinte, eu precisava fazer broncoscopia. Os enfermeiros quando falavam comigo diziam que sentiam muito por eu ter que fazer esse exame e sempre me lembravam de que eu não poderia comer antes desse exame.
 
Até um pouco antes de eu dormir, fiquei pensando se contava ou não para meus pais sobre tudo o que havia acontecido. Resolvi contar. Durante a noite quase não dormi, de tão preocupada que eu estava. 
Acordei, me arrumei e fui. Antes da broncoscopia fiz um exame para verificar o funcionamento do meu pulmão, graças a Deus o resultado desse exame foi bom e não precisei fazer a broncoscopia - e também, por causa do resultado da tomografia.
De tarde pedi para os enfermeiros para sair. Peguei minha bolsa e fui passear no centro, precisava espairecer um pouco. No dia seguinte, quase não levantei da cama de dor na perna. A dor do início havia voltado. Era para eu ganhar alta nesse dia, mas por causa da dor, não ganhei. E la vai a Sabrina andar pelo hospital para fazer exame, e dessa vez, de trombose. Ótimo, deu negativo!
No dia seguinte a dor permanecia e continuei internada. Sábado, dia 31.12, mesmo com muita dor na perna, recebi alta.
 
Liguei para o Phillip e ele foi me buscar. E lá foi a Sabrina, mancando, para casa. Mancando mas com sorriso no rosto por sentir o ar de "liberdade!". Comemorei a virada do ano mancando, mas ao lado dos meus amigos daqui e a única coisa que pedi pra Deus para o ano de 2017, foi muita saúde!
 

Alemanha

Hautklinik

12:30


Quarta-feira, 21 de Dezembro de 2016. Acordei, levantei da cama morrendo de dor na perna, tomei café, me vesti e peguei o trem para ir até Tubingen. Em Tubingen, peguei um ônibus para ir até a "clinica de pele", onde mandaram eu ir. 

Cheguei, peguei a senha e aguardei até ser atendida. Quando fui chamada, solicitaram uma documentação (meu histórico médico) e eu não tinha comigo. Eu havia levado no hospital, mas não solicitaram, e eu nem lembrei de levar na Hautklinik. Então, a mulher falou que eu não poderia ser atendida sem esse documento. Pensei que se eu voltasse até em casa para buscar e voltar, talvez voltaria até as 10h, mas a dor para andar era tanta que eu não queria tentar. Expliquei a ela que eu teria que pegar o trem pra ir pra casa só para buscar esse documento e que ninguém me falou que eu precisava trazer. Graças a Deus ela tinha uma alma caridosa e falou que eu seria atendida, mas que eu deveria trazer esse documento até no máximo dois dias, caso contrário, o meu plano de saúde não cobriria a consulta e eu teria que pagar (Oi? Alguém falou em pagar?). Disse a ela para não se preocupar e que no dia seguinte eu levaria esse documento. 
Ok, fui para a sala de espera que estava lotada e aguardei. Estava morrendo de fome, mas só tinha uma maça na minha bolsa e estava sempre adiando para come-la. 

Essa clínica é um hospital dermatológico, ou seja, só atendem casos de pele. Há em torno de 8 salas, cada sala com um médico diferente e como pertence a universidade, tem sempre um aluno junto que acompanha as consultas. 

Eu aguardei 3 horas até ser chamada (pois não tinha consulta marcada), a demanda de atendimento era realmente muito grande, aliás, lá é sempre lotado. 

No hospital que eu fui, eles colocaram todos os exames e informações a respeito do meu atendimento no sistema, entao, o médico que me atendeu leu todas as informações, me perguntou mais trilhões de coisas, olhou minhas manchas e pediu para eu voltar para a sala de espera pois precisava conversar com outro médico.
Fui chamada novamente naquela sala e dessa vez, havia mais um médico junto. Ele me analisou e perguntou se eu poderia ficar 4 dias internada (Internada? Minha mala estava em casa!!), eu não ia falar que não né. Novamente, pediram para eu aguardar na sala de espera.

Fui para a sala de espera, avisei a minha família que ficaria inteirada. Avisei também o Phillip (alemão que mora comigo) e o Gui, meu amigão daqui...e aguardei. Depois de um tempo, fui chamada e uma moça veio me encontrar. Me levou até o segundo andar e pediu para eu aguardar ao lado de uma porta que estava fechada. Disse que logo eu seria chamada. Pensei que eu estava aguardando para dar entrada no meu internamento. Mas não. Fui chamada para entrar naquela "sala". Ao entrar na "sala", me dei conta de que aquilo não era uma sala e sim, um auditório. Ali estavam sentados cerca de 30 estudantes de medicina, e no "palco" estava eu, o médico que me atendeu por primeiro e o médico "chefe" do hospital, que era o professor. O médico que me atendeu primeiro falou sobre o meu caso e tudo o que eu havia falado pra ele. Quando ele terminou de falar, o professor olhou pra mim e me perguntou com as seguintes palavras: "Senhora Schulz, a senhora poderia tirar a sua calça por favor?" QUE CILADA BINO...e esse tipo de coisa só acontece comigo! Pensei comigo mesma: sou brasileira né? Que mal tem?! Ai fiquei la no "palco", plantada, de calcinha (por sorte minha calcinha era bonita hahahha!). Depois os estudantes vieram analisar minha pele e começaram a discutir sobre o meu caso. 

Meu caso era um caso raro (pois sou uma pessoa rara) e por isso fizeram isso comigo. Saí da sala pensando que depois disso eu poderia ir para a praia do Pinho sem problema algum - pai, por favor, não me deserde! 
Depois desse momento espetacular em minha vida, fui para uma sala dar entrada no meu internamento. 
Após isso, um enfermeiro muito querido veio me encontrar e me levou até o "meu quarto".


 Logo que cheguei, um médico foi me "visitar" e pediu para eu ir até a sala dele. Lá, haviam mais duas médicas. Elas me analisaram, fizeram várias perguntas e fiz exame de sangue. Voltei para o quarto. Depois, uma dessas médicas foi no meu quarto para fazer biópsia. Tiraram "amostra" de duas manchas que eu tinha, e que na realidade, por dentro, eram caroços.




Continua no próximo post! 

Alemanha

Fiquei doente!

01:50


Tudo começou na semana do dia 12 de Dezembro de 2016. Não lembro exatamente o dia, mas nessa semana eu comecei a sentir dores para mexer o pescoço e meu pescoço inchou, como se fosse caxumba. No início achei que era da academia, até fiz alguns alongamentos no pescoço, mas não passou. No dia 15, minha colega de trabalho viu que meu pescoço estava inchado e falou para eu ir logo no médico. Liguei para marcar consulta e a secretária falou que se eu fosse imediatamente, eu seria atendida logo. Fui, e o consultório estava lotado. Eu teria que esperar, mas não podia, pois minha colega ficou sozinha no trabalho com os vovozinhos. Pedi entao para agendar uma consulta pra segunda feira, pois achei que até segunda eu poderia estar melhor. A secretária me obrigou a ir na sexta, mesmo não tendo horário, pois poderia ser algo sério, e pediu para eu chegar antes das 8h para eu ser atendida por primeiro. Fiz o que ela pediu. As 7:50 já estava na porta do consultório aguardando. O médico me consultou, disse que eu estava com amigdalite, me prescreveu antibiótico e ganhei atestado. 

Não comprei o antibiótico pois eu tinha certeza que não era amigdalite, eu tinha dor no pescoço e não na garganta (e eu falei isso pra ele!). No sábado, apareceu uma bolinha vermelha no meu joelho esquerdo, e doia, como se eu tivesse batido. Sábado a noite apareceram outras bolinhas na minha canela esquerda. Achei que eu estava com alergia. Domingo de manhã apareceram bolinhas na perna esquerda, a noite, no cotovelo direito e fiquei com febre. Segunda, retornei no médico.

Ele falou que era alergia do antibiótico, me prescreveu outro antibiótico, ganhei atestado de uma semana - eu não falei que não tinha tomado antibiótico - e ele solicitou exame de sangue. Fiz no consultório dele mesmo, e agendei consulta para terça feira, para ver o resultado.
Na segunda, eu ja estava com as pernas todas cheias de manchas vermelhas e com muita dor pra andar. 


De noite, deitada na cama, eu chorei. Chorei de dor e de preocupação, por não saber o que estava acontecendo comigo, e decidi ir para o hospital no dia seguinte. Até que no meio desse choro, o alemão que mora comigo apareceu no meu quarto e me viu chorando. Deitou do meu lado, me abraçou e disse que não era para eu me preocupar, que tudo ia ficar bem. Falei pra ele que no dia seguinte eu ia para o hospital e ele pediu para eu esperar ele chegar do trabalho as 13h, pois ele iria comigo.
Na terça-feira acordei pior, as manchas haviam aumentado e a dor para andar também. De noite, deitada na cama, eu chorei. Chorei de dor e de preocupação, por não saber o que estava acontecendo comigo, e decidi ir para o hospital no dia seguinte. Até que no meio desse choro, o alemão que mora comigo apareceu no meu quarto e me viu chorando. Deitou do meu lado, me abraçou e disse que não era para eu me preocupar, que tudo ia ficar bem. Falei pra ele que no dia seguinte eu ia para o hospital e ele pediu para eu esperar ele chegar do trabalho as 13h, pois ele iria comigo.
Na terça-feira acordei pior, as manchas haviam aumentado e a dor para andar também. 


As 10h eu tinha consulta para ver o resultado do exame de sangue. Fui até o médico, ele pediu para ver minha perna. Quando ele viu, já falou que ia me encaminhar para o hospital. Imediatamente, ligou para o hospital e disse que estava encaminhando a Frau Schulz, e que de alemã eu só tinha o sobrenome. Falou para eu levar uma mala junto, pois provavelmente ficaria internada. Disse que sentia muito por eu estar passando por tudo isso longe da minha família. 

Cheguei em casa, arrumei minha malinha e esperei o alemão chegar em casa para ir comigo. Ele chegou, pegamos o trem e fomos até Tübingen. Em Tübingen, pegamos um ônibus até o hospital. Chegamos no hospital e fomos direto para a emergência. Haviam várias pessoas esperando, mas fui atendida prontamente. De início já me entregaram um potinho para fazer exame de urina (sorte que era de urina né?). Me chamaram em uma sala onde fizeram a anamnese. Fizeram trilhões de perguntas, inclusive dos antibióticos que "tomei", e falei que não havia tomado o antibiotico que meu médico havia prescrito. Em seguida, fizeram exame de sangue. Me levaram de cadeira de rodas para fazer raio X do pulmão. Me encaminharam para um médico pra fazer ultrassom da perna. Rodei o hospital inteiro naquela tarde e me viraram do avesso. Depois de 4/5 horas de hospital, falaram que o que eu tinha era doença de pele e que, no dia seguinte eu deveria ir para a "clínica de pele". Eu tinha que ir até as 10h, pois após esse horário, eles não atendiam quem não tinha consulta marcada.


E aí começou toda a novela! 
Continua no próximo post.

Eslovenia

Encantadora Lubiana (Eslovênia)

02:27

 Eu nunca tinha ouvido falar nessa cidade e muito menos, imaginei ir para a Eslovênia. Até que conheci um alemão que morou em Lubiana, resolvi pesquisar sobre a cidade e deu certo de incluir no nosso roteiro.
Saímos de Praga meia noite, trocamos de ônibus em Munique e fomos até Lubiana. O caminho até chegar lá foi fascinante. Viajamos pela Áustria e as paisagens eram os Alpes cheios de neve. Áustria sendo Áustria, né?!

Chegamos em Lubiana as 12h e fui direto no McDonalds para ir no banheiro. Cheguei na porta, precisava de senha. Ou seja, você precisava consumir algo para poder ir ao banheiro (a senha constava no recibo de compra). Olhei para o banheiro masculino e a porta estava aberta. Entrei rapidinho e sai rapidinho. Deu certo! Em seguida fomos procurar os armários para deixar a bagagem. Pagamos 3,50€ por cada mochila. Saímos da rodoviária e fomos andar. Avistamos uma torre de igreja e fomos sentido a ela. Deu certo a tática e chegamos no centro. E que centro encantador!
 

Do centro avistamos o castelo e subimos até ele. Subimos a pé, mas era possível subir de elevador também, mas acredito que precisava pagar. O castelo ficava no alto da cidade e de lá era possível ver toda ela. Olhando o castelo, me deu vontade de congelar aquele momento e ficar por lá mesmo, de tão lindo, me senti na época medieval. 


Passeamos um pouco pelo castelo, descemos e paramos em um restaurante típico para almoçar. Fomos atendidos em alemão e recebemos o cardápio em alemão. Tão bom isso! A comida parecia ser comida brasileira, muuuita carne gostosa (que saudade da comida do Brasil). Após o almoço, fomos passear e curtir o clima da cidade.


Achei Lubiana muito parecida com a cidade onde eu moro, Tubingen. Tem um rio que atravessa a cidade e ao redor tem vários barzinhos e padarias. É uma cidade pequena e confesso que não tem muito o que fazer. Eu e o Guilherme ficamos andando pelas ruas, tirando foto e também rolou um McFlurry pra conseguir Wifii. No final do dia fomos em outro restaurante típico (que era uma fofura!) e pedi sopa de Goulash. Já havíamos comido em Budapeste, então ja sabia que era boa. O sopinha gostosa hein? Se alguém tiver a receita, por favor me passa.



Nosso ônibus era somente as 22h, então foi possível ver como era a cidade a noite. Super iluminada e continuou sendo encantadora.


Apesar de eu ter me sentido super bem na cidade, com vontade de morar lá e ter ficado apaixonada por Lubiana, não é uma cidade que aconselho visitar. Ficamos somente meio dia lá, foi possível ver tudo e ainda sobrou tempo. Claro que se alguém estiver por perto, vale a pena a visita, mas não vejo necessidade de sair do outro lado da Europa para visitar. Talvez visitar a cidade e a região ao redor seja mais interessante - minha opinião. 


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